Como e por que meditar?

Conversamos com Lila Baraky, instrutora de Yoga, contorcionista e praticante de meditação para entender e colocar em prática essa ferramenta. Vem conferir e curtir junto com o Eu Curto a Orla!

“Eu acredito que meditação seja uma ferramenta gratuita de mudança do padrão da mente, dos pensamentos”, esta é a concepção inicial segundo Lila Baraky.

Não à toa, em abril deste ano, no auge da pandemia do coronavírus, a palavra “meditação” chegou ao nível mais alto de buscas no Google Trends, ferramenta que monitora pesquisas no site desde 2004. Adeptos procuram, sobretudo, a redução do estresse, autoconhecimento e o controle da ansiedade por meio da prática. 

Vale lembrar porém que a sua origem é antiga, de raiz oriental e, que, inclusive, remonta parte de algumas vertentes espirituais e do próprio Yoga. “Com a meditação, o objetivo é compreender a união do que somos com o resto do mundo, fazendo uma mudança interna. Tanto que, no Yoga, o objetivo final é a meditação! Existe meditação sem Yoga, mas não existe Yoga sem meditação”, comenta a instrutora. 

Referência no Zen Budismo no Brasil, Cláudia Dias Baptista de Souza, conhecida como Monja Coen explica o por que meditar:

Apesar do esforço inicial e talvez até o ingresso em um grupo de meditação, há a total possibilidade de iniciar a prática de meditação sozinho (a)! E para vencer a possível barreira da dispersão ou falta de concentração, indica-se a própria meditação. Ou seja, a mente deverá ser condicionada ao longo do tempo e, mais cedo ou mais tarde, estar presente durante o exercício será uma tarefa mais fácil, natural. 

“Não é parar de pensar! Na verdade, é observar os padrões de comportamento, as sensações que você tem e, dessa maneira, você compreender que na vida tudo é mutável e está em movimento”, alerta Lila.

Para te ajudar, aqui vão algumas dicas para começar a meditar:

• Desligue celulares e mantenha longe aparelhos eletrônicos.

• Procure um local tranquilo na sua residência.

• Tire um tempo para a prática.

• Invista em um bom assento ou almofada para o momento.

• E, se preferir, experimente a prática acompanhada da aromaterapia.

“Outra dica é meditar mais à noite, horário em que não tem tanto fluxo de carros, contatos e barulhos. Ou cedinho pela manhã também. Quem se distrai facilmente poderá até contemplar um pouco mais o barulho dos pássaros, o sol brando pela manhã”, acrescenta ela.

Vale comentar também que as contraindicações não se limitam à idade, de acordo com Lila, mas colidem por conta de aspectos como depressão, por exemplo, e transtornos mentais. 

Para o médico psiquiatra Dr. Railson Freitas, apesar de ser uma técnica que enfrenta nesse momento um certo modismo, acaba sendo de fato útil, porém requer cuidados. 

“Estamos em um momento em que as pessoas não param mais para refletir sobre seus pensamentos, não tem mais contato com seu ‘eu’, recebendo um excesso de informação de diversas telas (redes sociais, televisão, netflix, internet) e utilizando muito tempo com coisas externas e pouco tempo para reflexões internas”, comenta. 

Apesar disso, segundo ele, o adequado é um seguimento regular com um profissional habilitado devido possíveis contraindicações, efeitos colaterais e as corretas indicações. “Isso, como em qualquer técnica, medicamento ou psicoterapia. Não existe técnica mágica que serve para tudo e para todos! O adequado é um seguimento regular com um profissional habilitado que indicará e acompanhará o paciente de maneira próxima e individualizada, indicando o melhor tratamento para aquele paciente, seja medicamentoso ou psicoterápico”.

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